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Mostrando postagens de abril, 2016

A Paixão de Roussef - Guilherme Preger

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A Paixão de Roussef E Dilma Roussef falava ao povo quando Temer, o Judas, chegou e lhe deu um beijo. -“Vice, a que vieste?”, perguntou Dilma. Mas antes que o Vice decorativo falasse qualquer coisa, vieram os guardas e levaram Dilma ao Sumo Sacerdote, Moro.   “És tu a Presidenta do Brasil?”, perguntou a Dilma. “Tu o dizes”, respondeu-lhe a Presidenta. - “É réu de impeachment!”, decretou o Sumo Sacerdote do STF, enquanto alisava seu tucano de estimação. E mandou Dilma ao Congresso. Ao chegar com Dilma no Senado, o Presidente Renan perguntou-lhes:   “Que crime esta cometeu”? “Cometeu pedaladas. Toda manhã andava de bicicleta”, responderam-lhe. “Não é verdade”, respondeu Dilma Roussef, “eu andava dia sim e dia não”. “O que é a Verdade?”, perguntou-lhe Renan, o Pilatos do PMDB.   Era época da Páscoa e era costume fornecer indulto a um criminoso. Havia dois candidatos: Eduardo Cunha e Dilma Roussef. “Vocês querem que eu solte o Cunha ou a Dilma?”, perguntou Pilatos ao pov

Tigres Trísticos - André Salviano

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Tigres Trísticos primeiro tigre A busca. Que nunca existiu, mas sempre esteve presente. Pássaros cantando, flores por todos os lados, o barulhinho gostoso do rio. Bosque de caminhos seguros. Onde passeávamos, ora juntos, ora separados. Até que numa tarde qualquer um tigre atravessou a rua. Suas listras sob nossos olhares espantados. Nos olhou de volta, poucos instantes. Nunca mais fomos os mesmos. segundo tigre O beijo. De repente tão plural quanto o desejo desconhecido. Lua cheia, lobos uivando. Uma ou outra estrela no céu. Caminhamos sem norte. Fingindo não ouvir aquele corvo que insistia em cantar, nunca mais, nunca mais. A noite se esvaindo, vacilantes pensamos na despedida. Até que outro tigre atravessou nosso caminho, muito mais próximo que o primeiro, e além de nos olhar rugiu. Tão alto que você assustada se jogou nos meus braços, pude te sentir mais minha. Embevecido te abracei bem forte, corações acelerados. Tua pele minha. Nenhuma frase dita. Palavras d

Mote do encontro (26/ 04/ 16)

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Mote lido por André Salviano Alice Cavalo de Pau Chamava-se Alice da Silva Ramos e foi a Pinheiro Machado da prostituição nacional. Sua celebridade foi longe. Mulata enorme no comprimento e na largura, foi como exploradora do lenocínio que ela enriqueceu – juntou 50 contos roubados do seu quarto por um político da cidade , no dia em que morreu de gripe, em 1918. Vulto lendário do Rio é justo que figure no Bambambã! Alice Cavalo de Pau, inculta, era um prodígio de inteligência e maldade. O defeito que mostrava nos dedos talvez fosse a origem de todo aquele fel que ela destilava, tirando o último trapo das suas escravas e separando os casais – como fez com o tabelião Paula Costa, a quem mostrou um retrato da sua Edméa em colóquio com um chofer. E isto só porque a Edméa não quis mais morar na sua pensão. O tabelião danou-se. Alice, quando pequena, era obrigada a pedir esmolas. E para pedir esmola com êxito, era preciso ser aleijada. A sua mãe

Mote do encontro (12/ 04/ 16)

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Mote lido por Vivian Pizzinga Adeus a Alexandria O poder das palavras que queremos ouvir é grande. Como um filhote de pássaro, o amor precisa receber continuamente essas regurgitações senão morre. É uma construção frágil, vive de promessas. Cada dia tem que ser confirmado com frases escritas no vento. CAMPELLO, Myriam. Adeus a Alexandria . Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2014. Myriam Campello nasceu no Rio de Janeiro. Com Cerimônia da noite, seu primeiro livro, recebeu em 1972 o Prêmio Fernando Chinaglia para romance inédito. Publicou ainda Sortilegiu (romance, 1981), São Sebastião Blues (romance, 1993, editado na Alemanha em 1998), Sons e outros frutos (contos, 1998, Bolsa para Conclusão de Obra da Biblioteca Nacional em 1996), Como esquecer (romance, 2003) e Jogo de damas (romance, 2010). Em 1997, recebeu o Prêmio União Latina - Concurso Guimarães Rosa para conto inédito. Participou de diversas antologias, entre elas Os cem melhores contos bras